Estamos menos corruptos?
Passados 04 anos da Operação Lava Jato, em 2017 o Brasil conseguiu rebaixar mais 17 posições no Índice de Percepção da Corrupção (IPC). Passou da 79ª posição para a 96ª, em comparação ao ano anterior.
Neste ranking, o meio da tabela se encontra abaixo dos 50 pontos. O Brasil caiu de 40 para 37, sendo mais corrupto quanto mais perto do zero o país estiver e mais probo quanto mais próximo aos 100 ele se posicionar. Ou seja: precisa tirar nota acima de 50 para passar como minimamente sério. Apenas terça parte dos 180 países abrangidos pelo estudo conquistaram isso.
Nosso país ocupa hoje a segunda página da tabela dentre os mais corruptos, dividindo a 96º posição do ranking com a Colômbia, Indonésia, Panamá, Peru, Tailândia e Zâmbia. Entre os BRICs o Brasil só figura melhor que a Rússia e na América Latina, somente Chile e Uruguai ocupam posições na primeira página.
Em tempo, os melhores ranqueados atingiram notas 89 (Nova Zelândia), 88 (Dinamarca) e 85 (Finlândia).
Então, todo o esforço dispendido pelo povo brasileiro e instituições jurídicas nos últimos 04 anos culminou na piora da posição do nosso país?
Sim. O agravamento de uma situação é comum quando se “põe na mesa” um problema de forma transparente e passa-se a enfrentá-lo. Isso é histórico. A corrupção também. E o tempo de confronto até o resultado eficaz pretendido é proporcional ao problema que deixamos criar.
A caminhada contrária a atual situação, ou seja, o crescimento de posições exige requisitos: 1) persistência; 2) enfrentamento; 3) informação fidedigna; e 4) inteligência para aprender com a experiência de outros.
O momento para mostrar se já aprendemos será em outubro deste ano, quando nós brasileiros devemos tomar uma posição.
A omissão ou a passagem em branco por uma situação é a negativa do problema, que contribuirá decisivamente a manutenção da nossa posição nesse ranking.
Cair 17 posições num momento em que o país pretende retomar investimentos internacionais demonstra aos investidores estrangeiros que vivemos numa gestão repleta de réus em toda tipologia de crimes do colarinho branco. Basta ver o quanto destas aplicações internacionais chegam e ficam em nosso país por curto prazo, especialmente na Bolsa de Valores. Justo num momento em que o país precisa desesperadamente de investimentos de médio e longo prazo.
O Índice de Percepção da Corrupção (IPC) foi criado por uma ONG internacional constituída em 1993 por um funcionário aposentado do Banco Mundial - Peter Eigen, com representação em mais de 100 países e escritório em Berlim. A Transparência Internacional é uma organização global que pretende liderar a luta contra a corrupção e unir os povos numa poderosa coligação em escala mundial para pôr fim ao devastador impacto da corrupção ao redor do mundo. O Índice de Percepção da Corrupção é a ferramenta mais utilizada no mundo para avaliar riscos e orientar ações dos tomadores de decisões nos setores públicos e privado.
Veja a pontuação e leia mais em: Transparência Internacional
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