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O pequeno bailarino de Guaíba foi dançar na eternidade


Uma história de vida que parecia ir ao infinito por causa da dança, começou e terminou tão triste.


O Alex Barbosa foi um menino sofrido, vítima de homofobia já aos 12 anos, mas teve a sorte encontrar uma professora especial, que cuidou demais dele, a incansável Rosaura Alves.


A dança e o estímulo da professora despertaram em Alex o sonho de dançar na Escola de Teatro Bolshoi do Brasil,na unidade de Joinvile, Santa Catarina, única unidade fora da Rússia.


Foi nesse ponto que o conheci. Ele e outros alunos faziam uma apresentação em frente à prefeitura de Guaíba, na abertura da Semana da Pátria de 2011. Ele tinha algo especial. Me apaixonei!


Ali tinha uma história que precisava ser contada e o jornalista Filipe Peixoto e o cinegrafista Glaucius Oliveira da BAND TV narraram a vida daquele menino com muita delicadeza e generosidade. Aquele gurizinho que despertou para o balé num projeto social, ganhou o mundo e a vida do Alex deu um “Jeté” (aquele salto do balé clássico).


Nos bastidores da prefeitura de Guaíba, muitos ajudaram a conseguir recursos para que o Alex pudesse morar em Joinville, pois a bolsa era para a Escola de Teatro Bolshoi do Brasil. Roupas, tratamento dentário e tantas outras coisas, antes de mudar tudo completamente.


A imprensa local, Nova Folha, Gazeta Centro Sul, O Guaíba e a Revista Guaíba Total sempre deram muito destaque ao jovem talento. Ele era prata da casa.


O pequeno bailarino da Vila São Jorge, em Guaíba, passou no teste do Bolshoi e conseguiu a bolsa. Parecia inacreditável.


Ficávamos emocionados em ver o progresso daquele pequeno bailarino de sapatilhas furadas, delicadamente registrado na reportagem de Filipe Peixoto da Band TV. Ele aprendendo a dançar balé, com aquela professora que se transformaria na sua verdadeira mãe.


Foram mais de seis anos dançando em uma das melhores escolas de balé do planeta, mas os últimos dois anos ele não fez e sua vida mudou radicalmente mais uma vez. Alex Barbosa voltou àquele submundo de violência e drogas, que conheceu ainda adolescente.


Brigou com todos, até com a professora Rosaura e os amigos do Bolshoi. Mergulhou fundo na autodestruição, mas emergiu e estava resgatado sua vida.


Retornou para Guaíba há sete meses e começaria na segunda-feira(12/12) a dar aulas de flauta e piano em projetos sociais do município.


Não deu tempo. Morreu afogado em um açude de Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre, no último domingo (11/11).


Em 2011 choramos ao conhecer a vida difícil do adolescente que queria ser bailarino e enfrentava a discriminação e o desprezo. Hoje choramos a morte trágica do jovem de 19 anos. No último domingo (11/11) o bailarino foi vítima de afogamento em um açude em Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre.


Estava com a família e um primo tentou salvá-lo, mas não conseguiu. Segundo os parentes, suas últimas palavras teriam sido: “Se eu não voltar mais, avisa a Rosaura que eu amo ela”.


Alex venceu muitos obstáculos, apesar de todas as adversidades e injustiças sociais. Que sejas recebido num imenso palco onde poderás dançar eternamente, meu pequeno bailarino.

Jornalista Civa Silveira.

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